Desde o lançamento do Clio IV e do ZOE em 2012, existe uma tela multimídia sensível ao toque no centro do painel dos veículos Renault. Inicialmente, essa pequena tela oferecia funções básicas como navegação e configurações de áudio. Com o rápido desenvolvimento da tecnologia digital, os motoristas procuram soluções mais intuitivas e fáceis de usar. Hoje, essa função é oferecida pela tela OpenR unificada em formato de L invertido, encontrada, por exemplo, nos modelos Scenic E-Tech Electric e Austral. Estabelece o padrão atual em termos de design, ergonomia e inovação.
Como os designers da marca incorporam esses requisitos no processo de desenvolvimento das telas e do sistema OpenR dos novos modelos? Para saber mais, contamos com a experiência de Stéphane Maiore, Designer Chefe de Interiores da Renault, e Marc Pinel, Designer Chefe de Experiências Avançadas.
Apertem os cintos e sejam bem-vindos a bordo.


Do joystick ao OpenR
Integrados ao painel da maioria dos veículos modernos, o GPS e as telas multimídia começaram a substituir os auto-rádios no início do século XXI. Eles eram então operados “manualmente”, usando um botão ou joystick. Depois, para uma melhor ergonomia e tanto quanto o progresso tecnológico permitiu, essas telas passaram a ser sensíveis ao toque.
Em 2013 foram lançados o Clio IV e o ZOE, os dois primeiros modelos Renault equipados com ecrã táctil central. Na altura, os seus ecrãs de 7 polegadas permitiam aos condutores controlar o sistema multimédia R-Link e aceder centralmente às definições do carro, do rádio e da navegação utilizando os dedos.
Antes da transição completa para telas sensíveis ao toque, no mesmo ano o joystick anteriormente utilizado para controlar as telas centrais não sensíveis ao toque foi aprimorado, adicionando um eixo multidirecional para facilitar a navegação na interface multimídia R-Link. Essa novidade foi oferecida nos modelos Scenic XMOD e Megane, enquanto no Espace IV foi desenvolvido um apoio para as mãos para facilitar o uso do joystick e consequentemente da tela.


Multimédia Renault – novas possibilidades
Tal como os smartphones, os ecrãs tácteis nos veículos tornaram-se cada vez mais responsivos ao longo dos anos, especialmente à medida que os processadores e os sistemas de infoentretenimento baseados em memória se tornam mais poderosos. O ecossistema de exibição também avançou, oferecendo recursos avançados como conectividade com smartphone, controle de voz e compatibilidade com assistente virtual. Os aplicativos incorporados também proliferaram, proporcionando experiências enriquecidas e cada vez mais personalizadas.
2014 marca uma grande mudança em relação aos padrões automotivos da época: a quinta geração do Renault Espace está equipada com uma tela sensível ao toque vertical, em vez de horizontal, de 8,7 polegadas, mais uma vez para proporcionar aos usuários uma experiência semelhante à de um smartphone. Obrigado Quando se trata de conectividade, esta tela dá acesso a previsões meteorológicas, informações de trânsito em tempo real e pesquisa local.


Inspiração para iPad
Stéphane Maiore nos leva de volta aos primeiros testes: “Em 2010, colamos um iPad no painel para ver o que o formato vertical poderia fazer. Fomos os primeiros a apresentar telas neste formato com esta orientação para o mercado“.
Marc Pinel acrescenta: “A ideia era mostrar a velocidade de interação e as vantagens de uma tela vertical para visualização de um mapa“.
Esta orientação vertical do ecrã tátil multimédia está a espalhar-se rapidamente por toda a gama: Megane IV (2016), Koleos II (2017), Clio V (2019) e Captur II (2019) apresentam-na.
É claro que, ao mesmo tempo, os designers já estavam pensando no próximo passo, sabendo que esse tipo de avanço não duraria. Duas tendências inevitáveis da época foram o aparecimento de uma segunda tela no painel, voltada para o motorista, e a demanda por uma ergonomia melhor e mais segura.
Isto levou ao desenvolvimento de um novo formato de tela, integrando tanto a tela do painel quanto o display multimídia: a “tela dupla tudo-em-um” em formato de L invertido (“L-shape”), conceito testado em automóveis como TreZor (2016), SYMBIOZ (2017) e MORPHOZ (2019).


Renault Symbioz – espaço para todos
OpenR e uma qualidade completamente nova
Em 2022, integrará pela primeira vez um modelo de produção, neste caso o Megane E-Tech Electric. Seu nome: OpenR. Efeito: impressionante!
A tela sensível ao toque OpenR consiste em um painel vertical de 12 polegadas e um painel horizontal de 12,3 polegadas, que juntos cobrem uma área de 774 cm2.
Funcionalidade, estética e elegância são as três palavras-chave ao projetar esta tela OpenR:Com a tela OpenR, queríamos centralizar um único sistema em uma instalação. Com uma tela de direção dedicada e uma tela multimídia dedicada“. explica Marc Pinel. A sua inspiração deu origem a uma verdadeira simbiose entre o sistema digital e a configuração do ecrã, onde “tudo está no seu lugar”. Além da praticidade, seu design vai além de um simples “objeto utilitário”, tornando-se uma verdadeira expressão de emoção. Cada vez que a porta se abre, o olhar é atraído para esta exposição: um lembrete constante da aliança entre tecnologia e estética que define a era Renaulution.
O resultado desta filosofia é o sistema operacional OpenR Link. Ao simplificar os menus e a navegação nas telas, reduz o número de operações, oferecendo acesso imediato às funções que você precisa. Um avanço significativo na ergonomia automotiva, libertando o usuário de restrições desnecessárias.


Soluções continuamente melhoradas
A verdadeira revolução no novo formato de tela OpenR reside na compreensão e consideração dos hábitos e necessidades dos usuários. Nesta busca constante pela melhoria e inovação, este projeto assumiu uma abordagem prática: foram mobilizados painéis de clientes para testar protótipos de forma rápida e regular.
“Em desenvolvimento Megane E-Tech Elétrica e a tela OpenR, uma maquete estática do cockpit foi produzida na oficina para testar com usuários reais.” explica Marc Pinel.
Esta abordagem permitiu-nos reunir informações valiosas para que as alterações pudessem ser feitas em conformidade como parte do processo de melhoria contínua. Marc Pinel revela que, quando confrontados com o dilema entre o sistema automóvel e as suas aplicações móveis favoritas, muitos clientes que testaram o painel ainda preferiram a conveniência de um smartphone preso ao painel. No caso do OpenR, a solução era óbvia: integrar estas aplicações familiares no ecossistema do automóvel, oferecendo uma experiência de condução mais próxima dos nossos smartphones e, acima de tudo, confiança. Para compreender estas necessidades, temos de mergulhar num mundo digital onde as tendências evoluem a velocidades vertiginosas, um forte contraste com o ciclo de renovação automóvel.
“Houve seis gerações de iPhone entre Clio IV e V!” lembra Stéphane Maiore para nos ajudar a compreender esta lacuna.


O que vem por aí para OpenR?
A tela dupla invertida em forma de L OpenR, um símbolo de inovação hoje, não está necessariamente adaptada a todas as necessidades e veículos. Na mais nova elétrica Renault 5 E-Tech A tela integrada de 10,1 polegadas e a tela multimídia de 10 polegadas são colocadas horizontalmente. Por que? Para ser consistente com o design interior, que possui um painel totalmente horizontal e, claro, por questões ergonômicas.
“A tela pode distrair, por isso sua localização é tão importante. Portanto, a próxima geração de displays priorizará a segurança para minimizar o desconforto na visão periférica”-Marek Pinel.
No futuro, o principal desafio será a localização da tela sensível ao toque. Requer adaptação constante da forma, evolução digital e experiência do usuário de forma ideal e segura.
O futuro dos ecrãs tácteis passa pela procura constante de inovação, adaptação e segurança ao serviço de uma experiência de condução cada vez mais ergonómica, suave e intuitiva. Uma análise crítica dos conceitos atuais leva os designers a olharem com sobriedade para o futuro: talvez um dia as cortinas se tornem necessárias para conciliar acessibilidade e discrição.